Nunca ignore a dor!

Lesões na estrutura da coluna lombar ou cervical pode ser resultado de um trauma violento  ou um coleção de pequenos danos por um longo período.

Qualquer que seja a causa, assim que o dano ocorre, um número significante de células morre. A morte das células libera substâncias que causam irritação química levando à inflamação. Esse fluidos entram na região e causam edemas. O terminal do nervo próximo a essa área é pressionado pelo aumento do inchaço e dos irritantes químicos e consequentemente sentimos a dor.

A condição inflamatória e a dor resultante são perfeitamente normais. A dor tem  a útil função de nos alertar que a lesão ocorreu e que a estrutura lesada precisa de atenção.

Na minoria dos casos o repouso é tudo o que é necessário para a recuperação.

Uma vez lesada, muitas das estruturas na coluna não conseguem  trabalhar corretamente de novo. Isso pode levar à rigidez,  perda da amplitude de movimento e da harmonia entre as estruturas, causando instabilidade.

A chave para todos os que sofrem de dores osteomusculares deve ser o diagnóstico correto primeiro. Sem saber qual estrutura (muscular, neural, articular) está causando  a dor e porque, como pode o melhor tratamento possível ser implementado?

DOR É SEMPRE UM SINAL DE ALERTA E NUNCA DEVERIA SER IGNORADA.

                                       

Ritual do Corpo

    Sabe aqueles livros com títulos que chamam nossa atenção na livraria e que parecem que  vão nos salvar de todos os nossos problemas em segundos? Tipo:

·                                                                 Três minutos para uma vida livre de dor!

·                                                                    Felicidade em 10 passos

                                                Emagreça comendo pão 

  Acho o máximo! Como seria bom, Meu Deus! Como algumas pessoas sempre tentam um caminho que parece milagroso, que não requer esforço algum!

Eu pessoalmente adoro ler as introduções desses livros, pois é aí que eles vão vender seu peixe, dar o máximo de si para nos convencer que eles realmente tem razão. É aí onde eu aprendo as melhores comparações para explicar os problemas  com as situações do dia a dia, objetos, etc que tanto facilitam o entendimento.

Os métodos em geral são razoáveis, vem da experiência de cada um no seu trabalho, mas como sempre acontece, generaliza muito, protocola muito e o ser humano é tão diferente entre si!

Bem , porque falei tudo isso? Um desses livros que vi, A-D-O-R-E-I  a comparação que o Dr Weisberg fez entre a prevenção dentária e o cuidado osteomuscular. Comento sempre com meus pacientes e me permito reproduzir e compartilhar com vocês:

“Você escova seus dentes todos os dias? A prevenção dentária é um conceito novo. Na virada do último século, o simples hábito de manter os dentes limpos não fazia parte da rotina diária e era considerado normal as pessoas começarem a perder os dentes próximo dos 30 anos. Assim que a prevenção com a escovação se tornou um ritual, muitas das deteriorações dentárias foram erradicadas.

Quanto tempo levamos para escovar os dentes por dia? Poucos minutos, e a transformação foi brutal!

O que fazemos diariamente para proteger e manter nossos músculos e articulações? Que cuidados preventivos para a saúde deles realizamos? Nada, ou quase nada e isso traz trágicas consequências!” 

 

Pelo contrário,nos  sentamos mal muitas horas por dia, carregamos peso, nos movimentamos cada vez menos e pior.

Estamos condicionados a acreditar que a dor é uma parte inevitável da idade e é difícil acreditar que se possa fazer algo sobre isso.

Será que uma vez que os cuidados preventivos com os músculos e ossos se tornarem um ritual, a maioria das dores que as pessoas sofrem não seriam eliminadas?

O sistema ósteo muscular tem uma habilidade inata de permanecer saudável, voltando ao seu melhor grau possível de normalidade.

Temos que favorecer isso, mantendo a postura correta, fazendo movimentos frequentes e seguros e corrigindo as disfunções e a mecânica errada.  Temos profissonais capacitados para nos ajudar  como os fisioterapeutas, educadores físicos e terapeutas ocupacionais que estudam para isso e se atualizam com as novas pesquisas na área, não só cuidando dos problemas já estabelecidos como nos ajudando também na prevenção. 

 

Microtraumas diários

Cada vez que nos movemos, solicitamos a ativação de nosso sistema de músculos e ossos. Não levando em consideração a boa posição de nosso eixo principal, a coluna, podemos estar prejudicando sutilmente esse sistema no corpo todo, irritando os tecidos e facilitando microlesões neles.

A maioria das vezes nem sentimos nada, outras um leve incômodo que logo passa.

A dor que sentimos agora pode ser efeito retardado ou acumulado de tantas pequenas lesões ocorridas pelos movimentos feitos em mecânica errada ou repetitivos. 

Esse microtraumas se somam, causando disfunções cada vez maiores,que diminuem a capacidade de equilíbrio do sistema osteomuscular. Na tentativa de se adaptar às anormalidades ele se sobrecarrega e estressa toda a estrutura, diminuindo a amplitude do movimento e consequentemente a lubrificação e nutrição das articulações.

Você percebe que o que fazia antes e não te dava dor, agora já não é bem assim, pois agora qualquer pequena provocação já desajusta o equilíbrio do sistema e ele responde de imediato.

Fazer a dor ir embora com analgésicos e antiinflamatórios não faz o problema ir embora. Ajuda, e muito, a suportar o momento,mas há um perigo real de pensar que a ausência de dor significa ausência de disfunção. O constante desgaste de músculos e articulações não foi resolvido ainda.

O alívio temporário pode causar problemas permanentes.

Devemos preparar adequadamente o nosso corpo para o uso diário e deixá-lo mais seguro contra o desgaste inevitável ao longo da vida. Uma verdadeira poupança para o futuro.

A posição do quadril e coluna

Para deixar sua coluna em posição ideal, que chamamos de posição neutra, vamos fazer um exercício! Deite- se de costas no chão e imagine que você tem uma bússola sobre seu umbigo. A direção para a cabeça é o norte e a direção para seus pés é o sul.

1. Pense em levar seu umbigo para o sul, rodando sua bacia (como se arrebitasse o bumbum): sua coluna ficará muito arqueada.

2. Pense em levar seu umbigo para o norte, rodando sua bacia (colando a coluna no chão): sua coluna perderá a curva lombar.

3) Volte para a posição que fica entre as duas anteriores: a neutra, a posição correta. A curvatura da coluna está mantida. 

Treine isso algumas vezes. Tente perceber como fica a coluna nessa posição, feche os olhos, mentalize essa posição.  Depois que isso ficar fácil, faça alguns movimentos tentando não perder a posição da coluna neutra. Por exemplo:

•  Respire fundo, puxando o ar pelo nariz, enchendo a região das costelas e sentindo-as abrirem e solte o ar pela boca , fechando as costelas como se fosse um guarda-chuva, sem mudar a posição da coluna neutra.

• Suba os 2 braços até a altura da cabeça e volte, sem deixar a coluna alterar a posição neutra (nesse movimento a coluna que ser arquear, tente impedir, se isso não te causar dor) 

Lembre- se  de fazer movimentos suaves, leves, sem exageros. Se sentir alguma dor ou desconforto grande não faça.

Espalhando a disfunção

Conforme já disse a postura correta precisa da curvatura lombar bem posicionada. Pense que tem um fio que sai do meio do peito me puxando levemente para cima e para a frente. Não é uma força, apenas siga essa direção.

Na verdade, o melhor posicionamento da curvatura lombar vem a partir do movimento da bacia (mantendo a lordose lombar) e não do tronco, mas pensar nessa direção ajuda mais rapidamente nos movimentos do dia- a- dia.  

Nessa posição a cabeça está em cima do ombro, o ombro em cima do quadril. Se eu levantar o braço ele irá bem alto, apontando para o teto. Se eu estiver em pé (apoie a mão em algum lugar), levanto meu joelho bem alto, sem precisar mexer o tronco e o quadril.

Agora, só para testar, sente- se como o curvado macaquinho. Sua cabeça está em cima do ombro, seu ombro está em cima do quadril? Tenho certeza que não!

Eleve seu braço, ele está apontando para cima como antes? Se você estiver de pé e tentar levantar seu joelho ele alcança a mesma altura que antes, sem mexer o quadril? Também não!

A sua asinha atrás do ombro (a escápula) subiu, rodou para a frente, o encaixe do osso do braço nela vai ter que mudar para proteger os tendões e músculos que passam por aí e então começa a bagunça.

Da mesma forma, a bacia rodou para trás e o encaixe do osso da perna já não está tão perfeito e tudo começa a funcionar em uma mecânica errada.

Isso pode levar a microlesões que dificilmente doem no início.

Imagine isso repetido todo dia, toda hora, durante o trabalho, quando dirigimos, andamos, ao fazer exercícios ou atividades físicas. O corpo se adapta, tenta fazer o melhor que pode, mas dentro das limitações que você impõe a ele.

Por exemplo, se o músculo era para trabalhar num tamanho x, agora nessa posição ele tem menos espaço para se contrair e relaxar, e vai acabar se encurtando. Como eles se prendem nos ossos, acabam puxando- os e tirando os pobres do seu alinhamento normal e aí vai se espalhando a disfunção por todo o corpo.

Não precisamos andar rígidos como um soldadinho de chumbo. O corpo precisa dessa alternância de movimentos, desse contrai e relaxa, mas pense: em que posição você fica mais ao longo do dia? Retinho ou curvado? Como você fica na fila do banco? E na cadeira do trabalho ou no carro? E sentado a mesa nas refeições, vendo TV ou no computador? Dorme enrolado como um feto ou quase?

Em que momento do dia você faz algum movimento com o tronco para trás, extendendo? Bem pouco, né?

Temos que tentar melhorar isso.

Todo o tempo para a frente, não! Tudo para trás impossível, visto que quase tudo acontece a nossa frente e isso no induz a curvar nesse sentido, portanto: no eixo!

Ombros longe da orelha! Como dizia um querido professor de tempos atrás: OMBRO NÃO É BRINCO!!!